"Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes,
quando a recolho, descubro que ela retorna vazia.
Não há como não me entristecer e não há como desistir.
... Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam,
por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena.
O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos.
Passo a limpo os meus sonhos. Ajeito, da melhor forma que sei,
a força que me move. Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, sou
corajosa o bastante para não me acostumar com essa idéia.
Se gente não fosse feita pra ser feliz, Deus não teria
caprichado tanto nos detalhes. Perseverança não é somente
acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer
na capacidade de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar.
E eu estarei lá na beira da praia de novo."