A prova que todos os homens são pecadores é dada pelo fato que não há ninguém que obedeça sem nenhum defeito ou omissão todos os mandamentos, e, não existe ninguém que pode manter-se puro de todo e qualquer pecado em pensamento, palavra, ação em coração e vida. Se o homem fosse tão onisciente quanto Deus, o homem declararia o que o próprio Deus declarou quando olhou desde os céus para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Deus, na aquela ocasião declarou: "Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há quem faça o bem, não há sequer um." (Sal 114:2,3).
A condição deplorável do pecador não quer dizer que ele não tem uma consciência, nem da possibilidade de exercitar a sua mente e a sua vontade ou determinar ações pelo seu raciocínio. Assim que o pecado apareceu no mundo, a consciência do homem foi ofendida ("conheceram que estavam nus") e, sendo assim, operou segundo a sua própria deplorável determinação e lógica pecaminosa, e, em prova disso, escondeu-se de Deus. Apesar da presença do pecado e toda a sua natureza de destruição no homem, "os olhos" que enxergam a condição da alma (a consciência), não somente existiram, mas eram ativos (Gên. 3:7,8). O Apóstolo Paulo, pela inspiração do Espírito Santo, ensina que os pagãos tenham uma consciência ativa e por ela acusa suas ações ou defenda-os (Rom. 2:14,15). Veja também João 8:9 para um exemplo que o homem pecador tenha uma consciência e é capaz de agir conforme o seu raciocínio. Mesmo que existem tais qualidades (uma consciência viva), a condição deplorável do pecador influi a operação da sua consciência, da sua lógica e da sua vontade ao ponto de não buscar a Deus (Rom. 3:11), não amar a luz (João 3:19) e não compreender as coisas do Espírito de Deus (I Cor 2:14). A consciência existe mas ela é influenciada pelo que o que o homem é, um pecador.
A condição abominável do pecador não quer ensinar que o homem não pode fazer uma escolha livre. O homem pecador pode determinar o que ele quer escolher. Somente pelo fato do homem uniformemente preferir a iniqüidade em vez do bem não quer ausentar o fato que ele tem uma escolha. O homem tem uma escolha sim e ele faz a sua escolha continuamente. Mas devemos frisar que a mera possibilidade de fazer uma escolha não automaticamente ensina que o homem tem a capacidade necessária a fazer uma escolha santa ou aquilo que agrada a Deus. Todos de nós temos a livre escolha de trabalhar e ser milionários, mas essa liberdade não nos faz capazes. Mesmo possuindo a qualidade da livre escolha, o homem pecador é incapaz de escolher o bem para agradar a Deus pois a inclinação da sua carne é morte (Rom. 8:6-8). O arbítrio do homem, contudo, não é livre. Mesmo que a capacidade do homem escolher é livro, contudo, o seu arbítrio (Resolução que depende só da vontade, Dicionário Aurélio Eletrônico) é servo da sua vontade, e, portanto, não é livre. O arbítrio do homem faz o que a sua vontade dita. Mas, falando da sua escolha, essa é livre. O homem indo a uma sorveteria tem livre escolha entre os sabores. Essa situação mostra que ele tem livre escolha. Todavia, o homem somente pede o sabor predileto pois o seu desejo, a sua vontade pessoal leva ele assim a escolher, e, o seu arbítrio, que é servo da sua vontade, pede aquele sabor. Nisso entendemos que a escolha é livre mas não o arbítrio.
Continua...