OUTONO
Foi um amor
acima de tudo.
Angustiado,
mas era belo.
Porque também era eterno
porque vestiu carinhos
porque era alegre e triste
e se perdeu no abandono.
De mãos que buscavam
de olhos que diziam
de bocas insatisfeitas
no calor de um só momento.
Tudo é frio e cinzento
uma chuva pequenina
lava meu passado
e as folhas, levadas pelo vento
vão caindo lentamente... no chão
em que caminho
é um outono de sensações,
desagregações de sonhos
pedaços do que senti
e no fim que se aproxima
restará outra vez
aquela amplidão imensa
o espaço sem limites
de sensações sem eco.
Eu te peço perdão, meu anjo
pela angústia que ficará comigo!
(Glácia Daibert)