A Sonhar no Branco
Paisagem solitária,
harmoniosa quietude.
Natureza quase adormecida.
Árvores desnudas, folhas caídas.
Riacho que calmo corre,
por matizes de um branco perfeito.
Canto suave de água a descer,
a romper o silêncio da estação invernal.
Embalo-me em sonhos,
no aconchego do ninho,
coração procura, ilusão,tua presença.
Busco-te na distancia que não sinto.
Devaneio...
percebo-te no branco dos lençóis,
a imaginar o calor do teu corpo.
Sonho!...
Tuas mãos, ávidas de carinho,
a marcar com dedos minha pele,
a possuir-me, sem tocar-me,
amor a consumir, sem consumar.
Lá fora, o brilho intenso da neve,
O vento gelado, a gemer de prazer.
Tento vencer a ilusão,
alimento do coração,
olhar perdido, solitário, imaginação.
Alimento esperança, insensata alegria,
azulada luz, sem frustração.
O mesmo instinto, a mesma loucura,
a mesma procura, imaginária, verdadeira.
Estrelinha vaga,
céu de inverno, logo se apaga.
Cai lentamente a neve...
A embalar esse amor esse desejo,
esse coração enrijecido de frio e fome.
Quisera poder ouvir o som da tua voz,
além do branco silencio.
E nos suspiros do vento,
Sigo!... Amando-te!
Amando-te a cada momento!
®Ana Maria Marya
21/10/2006
Ita/Ba/Brasil
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