Amor, Passado
Visualizo na memória enternecida,
o sonho, que o tempo não apagou.
A casinha da colina, coberta pela hera,
brisa, relva molhada, orvalhada,
manhãs frias, janelas sempre cerradas.
Alma, criação, vibração palpitante,
som da terra mãe, verdejante.
Flores nas janelas, simples belas,
margaridas, junquilhos, bromélias.
Pensamento na esteira do tempo,
torrente de saudade voa.
Alma louca, ausência, dor alucinante.
Abro a janela do imaginar,
grito ás flores por mim semeadas:
Onde está meu amor?
Em que lugar se deixou?
Foram-se meus dias de felicidade.
Sonhos de venturas frementes,
momentos marcados, inflamados.
Perfume suave, sentir sutil.
Elos para sempre engatilhados.
Uma lágrima meu rosto molha,
protejo meu corpo abandonado,
no silencio, um grito desesperado,
assobia o vento tresloucado.
Fantasia!...
O amor é passado!
®Ana Maria Marya
09/02/2008
Ita/Ba/Brasil
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