O Primeiro Vôo da Águia
Nascera nas alturas,
percebera que possuía asas,
perfeitas, compridas, alvas,
precisava, voar,
sentir a liberdade, o ar...
Deveria aprender, tentar,
ainda que não fosse perfeito,
nascera para voar.
Dias ensolarados,
noites prateadas,
correntes de ventos,
chuvas, mau tempo,
voaria a contento!
Haveria de voar, como seus pais,
cada vez mais e mais alto.
Sair, começar, regressar, recomeçar.
Voltar sempre ao mesmo lugar.
Ninho, família, carinho, lar.
Vencer! Vencer!
Conheceria caminhos,
horizontes, seus semelhantes.
O risco, a ânsia do voltar,
o rio das águas negras,
o verde das montanhas,
a imensidão do mar.
Aprender a voar...
Ter seu próprio ninho.
Não temeria o calor, nem o frio.
Viver! Queria viver!
Cativeiro, jamais conhecer.
No vago calor terrestre,
a sentir a errante atmosfera,
abre as longas asas,
a desejar findar a louca espera.
Determinado, lança-se!
Infinito! Altura!
Em pouco tempo, pairava no céu.
Ofegante, a sentir do ar o orvalho,
desliza nas campinas,vales, montanhas.
Coração a pulsar quente, febril,
sorve o frescor da amplidão,
em vôo firme, reto, primaveril.
Emoção!
Bate forte, descompassado o coração.
Nada o detém, vencera!
Nascera para voar!
Pássaro das alturas.
Não era vulgar.
Era uma águia!!!
Ana Maria Marya
26/07/2008
Ita/BA/Brasil
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