Em direção ao pleno
Abraço meu pobre coração,
iludido, esperançoso, dolorido.
Não quero guerras,
versos brancos, silêncio.
Habito outra galáxia, dimensão.
Não desejo limites aos sentidos,
nem lendas, estórias, idéias, confusão.
Algo me seduz, induz, conduz.
Mar, sol, cores, flores,
energia, sabedoria...
Não sei... sigo.
Sou movida pelo sentir,
sem bloqueios, barreiras.
Água que desce ao encontro do mar,
cuja fúria natural jorra livre,
liberta, indomável.
Ando um caminho estreito,
pedregoso. Sangra-me os pés.
Dói-me o corpo, alma controlada.
Não há barulho, lamentações.
Percorro calada a escalada.
O fim da caminhada, meu início.
Ponte não existe.
Assim ordena o destino.
Sou fênix?
Com tanta coragem, voragem,
Não sei...
Sou mulher, conheço o escuro do tempo,
condiciono o caminhar.
Vôos sublimes.
Certeza! Encontrarei a paz, as cores, a luz.
Minha complementação.
Louca esperança atenua-me dores, dissabores,
torna-me o seguir ameno,
certeza do realizar, completar.
Quando chegar ao destino,
terei pele em cores brilhantes,
conhecerei a flor maior, trevos,
quatro folhas, pássaros azuis.
A harmonia completa,
o perfume mais suave.
a cor mais precisa,
a purificação total.
Plena.
Sublime êxtase!
Vida!
Inicio, gênese!
Amor !
Ana Maria Marya
26/06/2008
Ita/Ba/Brasil