mata um pouco de nós, do outro lado do mundo.
Cada vida que tomba, nos mata um pouco também...
Cada criança que morre em Gaza,
leva consigo um pouco da minha infância,
um pouco dos meus filhos e muito de nossa dignidade...
Cada mãe que chora em Gaza,
rega o chão com lágrimas de sangue
de uma dor que também deve ser minha e tua.
Cada órfão que anda em Gaza
caminha sobre o chão de uma amargura que me apequena.
Gaza grita, acachapada pela opressão que denuncia
de forma urgente, vergonhosamente gritante,
que esse mundo está mais doente que seus filhos.
Gaza grita e o mundo grita mais alto,
tentando abafar o desespero
que nos coloca defronte ao espelho
revelador de nossa vergonha.
Gaza é um "lá" que chega "aqui".
O sangue que cai lá, respinga aqui.
Fabrício Cunha
Lisboa-Portugal
Julho / 2.014
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