.: Postado por: Tatiany Chaves :.
Leo - Desistir, não. Já pairaram dúvidas. Existiram momentos de dificuldades impostas pelo meio, e de nós mesmos, como a convivência. Trabalhar junto com o irmão não é fácil. Por mais que você o ame e saiba que o outro também te ama, uma hora você quer ir para um lado e o outro, para o outro. Ele vira seu sócio. Tem que haver um equilíbrio, respeito, humildade e tolerância, senão não vai. Até você adquirir isso tudo, o Victor e eu tivemos momentos difíceis. A família ajudou muito e a espiritualidade também.
Revista Glass - Hoje não se demora tanto para fazer sucesso. Com um ano de carreira, já é possível estourar na mídia. Como você avalia essa situação?
Leo - O mercado hoje está dando menos oportunidade para a arte e mais oportunidade para o marketing. As pessoas vendem muito facilmente. Tem artistas que gravam, lançam, pagam muito dinheiro para a rádio tocar o CD e estouram. O que tem de verdade nisso? Há um tempo atrás o mercado era mais seleto. Quem estava cantando era quem tinha talendo acima do normal, claro que havia exceções, mas a maioria era talento. A maior prova é o fato de hoje você ouvir uma rádio sertaneja e, em dez músicas, você conseguir tirar no máximo três nomes diferentes. O restante eu não vou conseguir diferenciar um do outro. Uma dupla estoura, aí vem mais 30 fazendo tudo exatamente igual, a mesma pegada, a mesma voz. O mercado ficou carente de personalidade e originalidade musical. Há pouco tempo, você ouvir Chitãozinho & Xororó e sabia quem era, Christian e Ralf, Zezé di Camargo e Luciano, Leandro e Leonardo, João Paulo e Daniel, Gian & Giovane, Milionário e José Rico, Bruno e Marrone. Todos com personalidade e muito talento musical. Hoje isso tem deixado de acontecer. Claro que ainda temos músicas boas e pessoas que se destacam. As pessoas que consomem precisam enxergar essa prostituição do mercado.
Revista Glass - O que a família representa para você?
Leo - É tudo de mais importante que eu tenho. Eu encaro como uma grande oportunidade de se conhecer e descobrir o mundo. É com as pessoas dentro de casa que você tem essa oportunidade. É o maior impulso que nós temos para o crescimento. Eu aprendo muito com minha esposa, com meus filhos, com meu irmão, com minha mãe e com meu pai. Infelizmente, hoje a sociedade torna isso cada vez mais importante. Mas eu valorizo muito." [Para ver a revista, clique aqui.]