Tulkas é, dentre os Valar, o de maior força e bravura. Enquanto seu nome significa “Forte” ou “Firme”, o seu sobrenome, Astaldo, seria “O valente”. Ele prefere lutar sem armas, usando apenas suas mãos. Aprecia bastante a luta corpo a corpo e as competições de força. Sempre ri, seja em lutas por esporte ou mesmo durante a guerra. Não possui nenhum cavalo, pois é mais rápido do que qualquer animal, além de incansável. Sua pele é corada, e seu cabelo e sua barba são dourados. Nessa, irmã de Oromë, é sua esposa e, assim como Tulkas, ela é ágil e veloz. Apesar de não ter nenhuma serventia como conselheiro, ele é um espírito de enorme força e resistência.
Ele foi o último a adentrar em Arda. Ouvindo ao longe sobre a batalha que se travava, ele teria se oferecido em auxílio aos Valar. Melkor passou a temê-lo imediatamente e, fugindo de sua fúria e de suas risadas, teria abandonada Eä por uma longa era. Assim ele se tornou um dos Poderes do Mundo.
Depois da criação das lamparinas, durante a primavera de Arda, os Valar se reuniram em Almaren e deram uma festa. Nessa ocasião Tulkas desposou Nessa, irmã de Oromë, que dançou diante de todos sobre a relva verdejante. Como estava exausto e contente, ele acabou adormecendo e Melkor aproveitou a oportunidade para regressar em segredo para a Terra-Média. Construiu sua fortaleza em Utumno e, em sua inveja, destruiu as duas luzes. Porém, antes que pudesse ser alcançado por Tulkas, conseguiu se refugiar em seu reduto.
Tulkas teria ajudado Aulë na construção de Valinor, a nova morada dos Valar, carregando mármore, metal e pedra. E apesar de viver tranquilamente em Aman, ele desejava entrar novamente em guerra contra Melkor e expulsa-lo definitivamente de Arda. Mas isso só foi possível após o despertar dos elfos. Temendo pela vida dos filhos de Ilúvatar, Manwë decidiu que era chegado o momento de retomar a Terra-Média. Depois de intensa batalha, os portões de Utumno foram arrombados e Tulkas lutou com Melkor, imobilizando-o com o rosto no chão. Então ele foi acorrentado e condenado a passar três eras nas prisões de Mandos.
Passado esse período de tempo, Melkor foi levado mais uma vez a julgamento e obteve o perdão de Manwë, passando a viver sob vigilância em Valinor. Tulkas cerrava os punhos quando o via passar, mas respeitava a decisão do líder dos Valar. Era muito difícil provocar a ira de Tulkas, mas ainda mais difícil era fazer com que ele se esquecesse dela. Quando se descobriu que a revolta dos noldor havia sido provocada por influência de Melkor, Tulkas deixou imediatamente o conselho em que Fëanor era ouvido, para levá-lo novamente diante dos Valar. Porém, Melkor se escondeu e, após uma longa perseguição infrutífera de Tulkas, conseguiu fugir.
Anos mais tarde, aproveitando-se da grande festa da colheita de frutos, Melkor voltou a Valinor na companhia de Ungoliant. Eles provocaram enorme destruição, como a morte das Duas Árvores de Yavanna. Tulkas ficou preso na escuridão, que era como uma das teias de Ungoliant, e nada pode fazer. Dessa forma, Melkor foi capaz de seguir para a Terra-Média, levando as Silmarils.
Seu papel na história teria sido muito maior do que foi publicado em “O Silmarillion”, onde ele é citado pela última vez antes dos Noldor deixarem Valinor. Mais referências sobre ele podem ser encontradas em “The Book of Lost Tales”. Apesar disso, Tolkien foi bastante claro ao descrevê-lo. Sua personalidade e aparência seriam semelhantes às dos Vikings. Enquanto os outros Valar construíram Arda com seus conhecimentos e habilidades, ele contribuiu com a força física. Sua ira é comparada a um vento poderoso, que afasta a nuvem e a escuridão. Talvez possamos considerá-lo o primeiro grande herói da Terra-Média, uma vez que ele sozinho, em um primeiro momento, foi capaz de expulsar Melkor para o vazio.