Lórien é o Vala responsável pelas visões e pelos sonhos, e um dos fëanturi, senhores dos espíritos. Seu irmão mais velho é Mandos e ele também possui uma irmã chamada Nienna. O seu nome verdadeiro é Irmo, que significa “senhor do desejo”, mas é mais conhecido como Lórien em homenagem a sua morada. Ele é casado com Estë, a Suave, que cura os ferimentos e a fadiga.

Dizem que os seus jardins são repletos de espíritos e que não existe lugar mais belo no mundo. Sua morada fica na terra dos Valar, mais precisamente em Lórien. E é em suas fontes que todos os que vivem em Valinor revigoram suas forças. Os próprios Valar vão até Lórien quando desejam encontrar repouso e alívio.

Sua esposa Estë costuma vestir-se em mantos cinzentos e nunca caminha durante o dia, preferindo dormir em uma ilha no lago, à sombra das árvores de Lórellin. Melian foi sua serva e viveu muito tempo em Lórien cuidando das árvores que floresciam. Já Olórin era o Maia que servia a Irmo e durante muito tempo foi seu conselheiro. Mais tarde, ele passou a ser conhecido pelos filhos de Ilúvatar como Mithrandir ou Gandalf.

Quando Míriel deu a luz à seu filho Fëanor, ela foi consumida em corpo e espírito e se sentiu muito fraca. Como ela desejava por um fim ao esforço de viver, seu esposo Finwë entristeceu-se e buscou o conselho de Manwë, que decidiu entregá-la aos cuidados de Irmo. Assim, Míriel se deitou para dormir nos jardins de Lórien e seu espírito abandonou o corpo e seguiu para os palácios de Mandos. Finwë continuou a visitá-la por muito tempo e, sentado embaixo dos salgueiros prateados, a chamava por seus nomes, mas Míriel nunca retornou.

No início, Varda definiu a trajetória do sol e da lua de forma que a Terra-Média nunca ficasse na escuridão. Porém, atendendo às súplicas de Lórien e Estë, que afirmavam que o sono e o descanso não mais existiam no mundo, ela mudou de ideia e concedeu um período de sombra e penumbra. Tilion, que foi escolhido para guiar a nave da lua, era um caçador de Oromë que gostava de descansar em Lórien. Ele deitava-se de maneira sonhadora junto aos poços de Estë.

Manwë ficou muito triste quando teve de esconder Valinor do resto de Arda e, por esse motivo, pediu a Lórien para construir um caminho que os espíritos dos elfos e dos homens poderiam percorrer para chegar aos seus jardins. Assim, Irmo criou o Caminho dos Sonhos, conhecido entre os Eldar como Olórë Mallë. Os filhos de Ilúvatar que ainda eram fiéis aos Valar só teriam acesso a ele através de suas mentes, enquanto dormiam. Esse caminho foi bloqueado para os Noldor no momento em que eles deixaram Valinor.

Existem poucas referências a esse Vala nas obras de Tolkien. Na verdade, os poderes de Lórien são invisíveis e sua influência é sutil mesmo para os mais sábios. Ele teria enviado a esperança aos filhos de Ilúvatar quando a escuridão de Morgoth cobriu a Terra-Média. É a ele que recorrem aqueles que buscam inspiração, desejo ou esperança. Lórien estaria sempre presente nos sonhos e nos corações dos que se opõe ao mal.