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Eu ainda me lembro daqueles planos, que vastos, se espalharam por ruas e avenidas, dos planos, da escolha das cores para as paredes de uma futura casa, do nome para o futuro filho, ainda me lembro de cada detalhe, que sem ser consolidado, se perdeu, me lembro muito bem, das conversas, apelidos, discussões, quantas vezes eu esqueci? Guardei no fundo da memória, para dizer, EU NEM ME LEMBRO MAIS, quantas vezes atropelamos as barreiras da amizade, do amor, e partimos para insegurança?
Ainda me lembro muito bem, de você imitando meu sotaque, perguntando o que eu comi, com quem andei, para onde fui, me lembro dos conselhos para vida e até mesmo para o colégio, eu já era acostumada a te ter disponível sempre que eu precisava, meu destino, meu futuro, tudo isso? Eu tinha te entregado.
Me lembro que em um dia 31 de algum mês te conheci, me lembro a roupa que eu usava, as palavras que eu usei, ah, faz pouco tempo. Me pergunto de onde vem essa apatia, que a princípio, nunca foi presente em nós.
O tempo que agora decorre, deixa lágrimas, tristeza, e até nostalgia, os momentos sempre excepcionais, e com toda a discrição perdida, estes também se perderam, não sei ao certo em qual dimensão, mas sei que se perderam.
Fica por aqui, um silêncio, uma ausência, uma dor.
Um silêncio que não vem de agora, ele já estava presente, quando você ouvia a minha respiração, e tentava descobrir o que eu sentia, sabia que de você eu esperava palavras que me confortassem, mas assim não foi, e por vezes meu coração acelerou, bateu tão rápido, que daí, você sentiria o meu pulsar, aquele silêncio de fato, não me incomodava, porque eu sabia que estava tudo ali, e mesmo que em silencio, eu conseguia entrar em sua mente (...)
Agora que este me incomoda, não consigo quebrá-lo, este silêncio ficou persistente, consigo até compreender que aconteceu com o dialogo, porém não consigo entender que você partiu, com a intenção de nunca mais voltar.
Sua ausência, nunca foi algo tomado como possível em minha vida, os ponteiros do relógio, continuam a andar, o tempo vai passando, e o silêncio e ausência, ainda por si, permanecem.
E por mais que e tente por na minha cabeça, que tudo isso são coisas imaginárias, que a pessoa que eu conheci, em qualquer circunstância não me deixaria, que esquecer era a solução, é impossível, me dói cada partícula de sentimento, que venho nutrindo por ti, dói muito, e sempre.
Preciso de ti para me ver completa, preciso de ti para ser eu, esqueci de como era quando, eu era apenas eu, me lembro exatamente dos passos dados, pelo tempo em que você, era a melhor parte de mim,mas mesmo assim, preciso muito de mim mesma, a cada segundo, não digo que ando infeliz, com algo que rasga a todo tempo por dentro, mas digo que algo falta, que cada parte de mim, é importante.
Talvez não serão palavras bem ou mal colocadas, que vão te fazer pensar melhor, você com essa mania de opinião formada, "ninguém muda, ninguém manda, ninguém, ninguém" ainda há de entender. Ainda assim, por ai, estou vagando, entre ruas e avenidas, juntamente com as lembranças. O que resta? Resta a esperança. Esperança, nunca sentida, que faz questão de não partir. Cada ínfima tentativa de um mero contato, já é muito, o pouco para mim não é bobagem, por menor que seja, é um indício, quando se ama, tudo é importante.

"e fizesse parar de chover, nos primeiros erros (8)"




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