A SOMBRA E LUZ
A sombra e a luz separam esses dois mundos, de encanto, carinho, desejos recíprocos e espera. Por isso a mulher atleta soube, sabe ter paciência para vencer o preconceito, mostrar que a força tem tantos sentidos quanto a compreensão perdida. Não apenas músculos, mas vontade, intuição, disciplina.
Ser forte não se opõe a ser sensível. A coragem de levar no corpo outra vida, e ainda assim viver desafios seus. Ser mulher é uma permissão momentânea de repetir Deus e recriar a existência. E na própria vida ser exemplo diário de perseverança. Por isso, olhar assim a mistura destes gestos tem tantos significados que eles parecem recriar mistérios anteriores. Mistérios do útero que oferece à humanidade a chance de continuar. Porque os homens são guerreiros momentâneos que elas mesmas criam. Elas, mulheres, para quem a vida é uma luta contínua.
Ao homem, cabe uma luta menor, que termina dentro das arenas com medalhas ou desilusão. A mulher não se permite a sensação da derrota. Lágrimas sim, porque assim podem ensinar ao mundo que nenhuma dor será maior que a sua. Uma dor que acaba em choro e alegria. Uma dor que tira da sombra a luz que se anuncia. Por isso qualquer derrota para ela é passageira. E a vitória, a eterna bênção que o mundo tem orgulho de aplaudir.