Estado de Alma
Aí vem o peixeiro pela rua fora
Apregoando peixe, “Eh chicharro fresco!”
Brilha um Sol de oiro de manhã bem cedo
Vão de batas brancas as crianças p’ra escola
Sobre um muro pousa um pássaro, mas voa
Logo de seguida, pelo mundo a esmo
Ir com ele, erguer-me alto, o meu desejo
Ser livre voar pelo céu à toa
Pára aqui o padeiro com a sua carroça
Cheira a pão fresco, que divino aroma
Abre-se u’a janela, alguém bate a u’a porta
Lá ao fundo o mar, luzindo se mostra
Manso, até parece que dormindo, sonha
Ali a minha alma se quer tem de volta