Alguém disse a sua amada que o seu amor era imenso e eterno. Na sua insegurança e
desconfiança, ela quis saber se aquele amor era também puro e verdadeiro e, para
ter certeza, exigiu dele uma prova.
Seguro de seus sentimentos, ele acendeu uma vela e apontando à chama asseverou:
- "Meu amor é tão puro e verdadeiro quanto essa chama".
Ainda insegura, ela disse:
- "Só acredito que esteja dizendo a verdade se essa chama se manter acesa por toda
eternidade".
Aceitando aquele desafio, ele deixou a vela acesa.
Seguindo o seu processo natural, a vela foi lentamente se queimando. E, a partir
daquele momento, ela passou a se preocupar com o desgaste da vela e com o manter
aceso da vida da chama.
O tempo foi passando, passando, até que a vela queimou até o fim e chama se apagou.
Triste e decepcionada, ela exigiu dele uma explicação.
Muito tranquilo, sem nenhum remorso, ele assegurou:
- "O meu amor foi imenso, eterno, puro e verdadeiro; você é que, na sua
desconfiança e insegurança, se preocupou demais com o desgaste natural da vela e
com o manter aceso da vida da chama e, com isso, não deu a devida importância aos
meus sentimentos e nem viu uma eternidade inteira passar".
Concita Weber, Berlim 1999.
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