Meu coração que é de papel
e está borrado em poesias
que contam as fases do meu amor
tão profético que até assusta
os olhares dessa busca lusco-fusca.
Meu coração em papel carmim
colado ao seu batendo assim, vivos;
contando sem palavras essa abraço
que é sentido como afago na alma
flamejando nas chamas do seu olhar.
Meu coração roubando seu suspiro
que num gesto sublime e tranquilo
se doa e então se faz de estrelas o sentir
e são todas as galáxias em burburinhos
compondo cantigas dos nossos sorrisos.
Meu coração que agora é todo seu
palpitante qual quasar em ápices noturnos
e é uma explosão enigmática de cores
e é um ramalhete raro que colhi no amanhecer
somente para poder contemplar seus sonhos.
Um ramalhete com as pétalas do meu coração...
Jonas R. Sanches
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