Como posso voltar meus olhos
Às coisas que vejo além das coisas?
Se posso ver o coração das pessoas,
Além da casca, dos atos, dos gestos.
Se posso sentir-lhes a verdade
E mergulho sempre no fundo
Do abismo de cada ser,
Se sinto-lhes a dor como se fora minha própria dor.
Se posso ouvir os gritos do coração
O apelo no olhar, a angustia no falar.
Como posso negar que compreendo
E ouço-lhes os lamentos?
Se lhes sinto as lágrimas invisíveis a olho nu.
Não me chamem condescendente!
Não me julguem pelo bem que faço,
Pelo bem que vejo, pelo bem que quero.
Pelo bem que dou...
Ignorando o que não viu o que não me ouviu
Se amo tanto e olvido quem jamais com mesmo amor
me amou, ou tal amor por mim sentiu.
Quem me ama nessa vida não me viu,
Quem me ouviria nessa vida ignorou.
A pedra que fez a chaga, a dor que me desenhou.
Claudia Morett
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