« Anterior 12/06/2010 - 22:57 Próxima »
Você não sabe o buraco que deixa em meu peito...






Das Coisas Que Me Fogem ao Controle.




Me foi pedido o número do telefone. Quem me ligaria seria a dona de uma voz já conhecida, mas que há muito não ouvia. O telefone tocou e, antes que vibrasse pela segunda vez, saquei-o. Lá estava eu, do alto dos meus vintesseis, perdendo totalmente o controle, de novo.


Será que existe algo mais emocional do que optar por ser racional, por medo de errar novamente? E o que é mais racional do que permitir que essa emoção guie cada um dos nossos passos? Às vezes são tão altas as vozes de fora, que a gente acaba não ouvindo o peito gritando. O meu peito é que gritou alto demais, calando as vozes de fora. Epifania. Compreensão súbita. Era como se estivesse tua imagem estampada em tudo que vejo. E aquela presença permanente no meu pensamento me fez percorrer a extenuante e perigosa trilha que me leva de encontro a ti.


Será que existe burrice maior do que saber todas as respostas? E sabedoria maior que a sabedoria de se deixar enganar? A gente pensa que, com o passar do tempo, aprendemos a pular as rasteiras que nos são passadas. Digo, por experiência própria, que existem tombos que eu adoraria tomar de novo. Me via novamente ansioso. Tão ansioso que passei a olhar pros lados, sempre achando ser a tua voz qualquer ruído que me atingisse os tímpanos. As vezes em que acertei são minoria, mas eu aprendi demais, justamente por errar demais.


Os minutos que a gente tem juntos viram dias e semanas em câmera lenta, dentro da minha cabeça, toda vez que o elevador desce contigo dentro. Meu coração está vazio, sem mobília. Mas tudo que eu preciso agora é de espaço pra te construir dentro do meu peito, com as poucas peças que tenho em mãos.


Com quem estou ao telefone? Com a saudade, que há muito não vejo. Ela está chegando, e não parece ter planos de ir embora tão cedo. Eu aguento. Basta que feche os meus olhos e dê play numas poucas horas de filme, e uma mísera foto sem resolução no meu celular. Cá estou eu, do alto do meu sexto andar, perdendo o controle, de novo.


Tudo acontecia devagar. Tudo que ela fazia parecia, aos meus olhos, acontecer em câmera lenta. Como se fizéssemos amor debaixo d’água.
Nada mudou: continua tudo mudando a todo minuto.




Lucas Figueiredo.                   

"[..]Acabo ficando feliz por isso, mas também tenho medo por ser apenas o inicio, às vezes os inicios podem ser bem curtos, e ninguém consegue perceber isso de cara. Pior ainda quem pula de cabeça… Tenho sorte de conseguir me controlar quanto a isso, uma vez pulando de cabeça descobri que a dor é tão forte quanto chocar-se contra uma parede. Depois de meses tentando me curar consegui, e decidi que jamais faria isso. [...]"






Comentários
Apenas o dono deste FlogVip pode visualizar os comentários desta foto!

Fotos com mais de 20 dias nao podem ser comentadas.
Sobre * lalarodrigues
São Paulo - SP

Presentear FlogVIP
Denunciar

Últimas fotos

08/09/2014


08/09/2014


14/08/2013


31/01/2013


31/01/2013

« Mais fotos


Feed RSS