Com a autoridade de quem já foi eleito pela Fifa como o melhor jogador do mundo (em 2007), Kaká foi ambíguo ao comparar as características dos ex-jogadores Dunga e Maradona, atuais técnicos de Brasil e Argentina. Para ele, Dunga prezava pela eficiência, enquanto Maradona era um exemplo de talento. Kaká disse que consegue aliar as duas qualidades e que, por isso, se intitula como "um jogador mais completo.
Ao notar que suas declarações poderiam soar como uma afronta a Maradona, Kaká adotou um discurso mais cauteloso. "Sei das minhas limitações. Não sou um grande artista como era o Maradona em relação às coisas dentro de campo", disse o astro da seleção brasileira, na entrevista coletiva desta quinta-feira, na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).[censurado]xml:namespace prefix = o />[censurado]xml:namespace prefix = o />
Mas, logo depois, ele deu margem a mais dúvidas, ao dizer que optou por ser "um misto" das virtudes destacadas em Dunga e Maradona, rivais no clássico entre Brasil e Argentina, que acontece no sábado, em Rosário, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2010. "O ideal para o futebol de hoje é poder mesclar a arte e a eficiência", disse o jogador, que já passou por São Paulo e Milan e hoje brilha no Real Madrid.
Contra a Argentina, Kaká espera, no mínimo, igualar a marca que pertence a Romário e Zico. Cada um deles fez 11 gols em Eliminatórias da Copa, um a mais do que o jogador do Real Madrid. "Essas marcas são consequência de um trabalho e vêm em cima de um objetivo, que é uma vaga para a Copa do Mundo", declarou. Ele acrescentou que seria uma honra poder alcançar o feito, por ser um jogador de meio-de-campo. "Não sou um grande artilheiro, um jogador de área."
O craque da seleção brasileira disse que o clássico de sábado vai ser um jogo de "alta tensão", principalmente por causa da situação da Argentina na tabela de classificação - está em quarto lugar, sob ameaça de não ir ao Mundial da África do Sul. Ele negou, no entanto, que haja clima de guerra para o jogo mais badalado do futebol sul-americano.
Na mesma entrevista coletiva, Kaká fez uma defesa firme da comissão técnica da seleção. Citou Dunga e Jorginho como dois vencedores, depois de passarem por períodos difíceis, em que foram questionados também por algumas convocações. E aproveitou para deixar um recado a quem tem (ou teve) conduta incompatível com a seleção. "Mudou os jogadores, mudou a comissão técnica e muita coisa, como também o comportamento, a forma de se relacionar entre jogadores, a comissão e a imprensa", destacou. Para Kaká, não haverá um duelo especial no clássico de sábado entre ele e Messi, o craque do Barcelona e apontado como favorito ao prêmio de melhor do mundo em 2009. "Por mim, eu votaria nele. O Messi desequilibra", admitiu o brasileiro.(AE)