João Batista, cuja missão era preparar o caminho até Cristo, identificou a Jesus como o Cordeiro de Deus por orientação divina: "No dia seguinte, viu João a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! É este a favor de quem eu disse: após mim vem um varão que tem a primazia, porque já existia antes de mim. E João testemunhou, dizendo: Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele. Eu não o conhecia; aquele, porém que me eviou a batizar com água me disse: Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo. Pois eu, de fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus. No dia seguinte, estava João outra vez na companhia de dois dos seus discípulos e, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus!" (João 1:29-36).
O Cordeiro Personificado
Através dos séculos, o cordeiro tem chamado a atenção por sua natureza mansa. Em seu espírito de humildade, Jesus personifica o cordeiro. Vinte e oito vezes no livro de Apocalipse, João usa a palavra que descreve Jesus como cordeirinho. Se tivesse ficado com desejo de vingança, poderia ter mandado descer 12 legiões de anjos para destruírem seus inimigos (Mateus 26:53). Mas "ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente" (1 Pedro 2:23).
O cordeiro, notado pela mansidão, tipifica também a pureza. O cordeiro oferecido em sacrifício não podia ter mancha nem defeito. Quando Deus deu instruções referente à primeira Páscoa, a instrução foi: "O cordeiro será sem defeito" (Êxodo 12:5). Cristo, "o Cordeiro de Deus", personifica maravilhosamente essa qualidade. Pedro escreveu sobre o Cristo sem mácula S "Sabendo que não foi mediante cousas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados do vosso fútil procedimento que vossos pais vos legaram, mas pelo precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (1 Pedro 1:18-19).
A vida mansa e pura de Cristo nos leva à sua terceira semelhança com o cordeiro. O cordeiro nascia para passar pela morte sacrificial, sendo o primeiro animal identificado com o sacrifício. Abel ofereceu as primícias do rebanho (Gênesis 4:2-4). O jovem Isaque disse ao pai Abraão: "Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?" (Gênesis 22:7). Sob a lei de Moisés, ofereciam-se cordeiros diariamente, e em muitas ocasiões especiais também (Números 28, 29). E, ainda assim, os animais, mesmo quando ofertados pelos mais consagrados, não podiam limpar o pecado. "Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados" (Hebreus 10:4).
Na plenitude dos tempos, Deus providenciou um sacrifício melhor, sem mancha, sem defeito. Os que cravaram esse cordeiro na cruz e lançaram a lança em seu lado não perceberam que estavam liberando o sangue que poderia limpar todo homem do pecado. "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo."
Deus, em sua infinita sabedoria, tornou possível que tivéssemos acesso ao sangue do Cordeiro, precioso e capaz de expiar pecados, voltando-nos para a cruz, para a sua morte e para a fonte redentora ininterrupta. "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte" (Romanos 6:3).
Continua...