Estamos longe de ser perfeitos.
Tu estás aí. Eu nunca mais chego.
Não estou atrasada,
porque não combinámos nada.
Tu não estás imóvel só porque não passas do mesmo lugar.
Eu vou andando sem chegar, tu permanecerás,
sem vascilar. Eu espero, tu esperas.
Não sei quando passarei por ti,
nem sei se tu me reconhecerás quando passar.
Sei, apenas, contar-te esta nossa existência imperfeita,
inacabada. Uma ideia de partida, um retrato de chegada.
Alguma vez te falei da errância como castigo do que nos ensinaram e,
teimosamente, não quisemos aprender?
Melhor do que ninguém percebes o que quero dizer...
certamente que sim!