Pouco a pouco a paisagem desaparecia e, á vista,
apenas os escombros pareciam ter vida,
multiplicando-se da noite para o dia
e ocupando todo o espaço que sobrava.
O tempo passava apressado e deixava mais destroços de horas
desgastadas á espera do que nunca havia de chegar.
Deixou de haver vento há muito tempo, nada mexe,
nada mudou de sítio para além do que está fora de lugar.
As árvores, como promessas de vida, desapareceram deste lugar,
já só restam velhos troncos, cansados, pelo chão.
O verde perdeu-se desde que, um dia,
tudo amanheceu cinzento do mesmo tom.
O sol já não vem, deixou de ser preciso a tão pouco
de sobra para aquecer ou iluminar...
O silêncio tomou conta das casas, por todo lado não há vozes,
não há música nem um som, tudo está vazio, ao abandono.
Tudo desapareceu num abrir e fechar de olhos.
Nada é para sempre, excepto esta minha minha vontade
de zelar pelo impossível.