Uma das coisas mais libertadoras que eu aprendi foi que perdão não precisa acompanhar reconexão. E por muito tempo eu me enganei, achando que perdoar era abrir a porta de novo, deixar a pessoa entrar na minha vida como se nada tivesse acontecido. A verdade é que o perdão é sobre a gente, não sobre o outro. Perdoar é soltar o peso que a mágoa deixa em nós, é tirar aquela pedra do bolso que a gente carrega pra lugar nenhum. Perdoar é parar de tomar veneno achando que vai intoxicar o outro. Mas reconectar? Isso é outra história. Reconexão exige confiança, espaço, vontade de ambos os lados. E nem sempre é o que vai fazer sentido. E está tudo bem. Perdoar não é sobre convidar de novo pra mesa, é sobre soltar a dor e seguir adiante com mais leveza. O maior ato de amor que você pode ter por si mesmo é perdoar e, ao mesmo tempo, se afastar. Perdoar não é esquecer, não é apagar o que foi feito. É entender que aquilo já não precisa ter poder sobre você, que você merece paz — Mas isso não quer dizer que você precise reviver o que já foi. Perdoa, mas respeita teu espaço. Nem todo perdão precisa terminar em reencontro.
— Juma Casagrande