As merdas e as delÃcias da vida, verdade nua e crua mesmo, você sabe e eu sei. Sinto que todos os sentimentos do mundo cabem em mim ao mesmo tempo. É bem bagunçado, tem muita saudade, tem muito cansaço, tem muita vontade de viver, tem muito medo de começar. Mas eu estou indo, seguindo e tentando manobrar essas bagunças. Matei algumas saudades nos últimos dias, foi gostoso. Sanei umas dÃvidas pessoais de leitura e fiquei feliz porque tenho lido mais. Tentando me lançar, aprender coisa nova, descobrir que ainda consigo iniciar algo do zero, do cinco, do começo, sei lá. Tentando ficar perto de quem me deixa mastigar um pouco de paz, riso frouxo, é bom demais rir de graça, não quero ficar longe disso nunca. Bom, é isso. Algumas frases curtas dizem o que eu quero dizer. Acho que, nos últimos dias, eu senti que queria dizer um pouco mais do que elas, sabe? Mesmo que saia bagunçado, mesmo que não faça sentido pro outro. Na real mesmo, é que eu ando bem cansada de pensar no que pode servir pro outro de algum jeito. Em algum momento, isso entrou na minha cabeça como maneira de ser generosa, que é algo de que me orgulho muito por ser sem tanto esforço. Mas generosa porquê? Para quem? Quero ser mais generosa para mim e acho que isso envolve pensar no que me serve ou no que não me serve mais, estar mais atenta a isso, fazer disso uma missão própria. Talvez isso tudo sirva para você, e que bom. Mas eu quero mesmo é que sirva para mim. Alguns milagres, um pouco de caos, doses de coragem, partidas e bons encontros. Vai ser gostoso, vai acabar, vai ser novo, surpreendente, o maior caos, vai ser divino. A vida está um caos, está linda pra caramba, meio apressada, meio devagar, não sei dizer. Neste segundo, tanta coisa está mudando de lugar, se desencaixando, se encontrando, agora mesmo, a vida está seguindo de um jeito ou de outro.
Giovanna Lunetta