“Nunca aceite migalhas†pode ser um alerta importante, mas, em alguns casos, isso ignora as diferenças entre as pessoas, pois aquilo que é migalha para um, pode não ser para o outro.
Não porque este outro está acostumado a só receber pouco, o que também existe, mas porque há vezes em que a própria pessoa não quer muito “mais†do que aquilo que recebe.
Nem sempre a fome é de um prato cheio e completo, às vezes só se quer um petisco mesmo e não há nada de errado nisso.
Para quem julga, por seus próprios valores, as relações alheias, pode até dizer: “eu jamais me contentaria só com isso, não aceito pouco!â€
E esquece que nem sempre o outro é vÃtima, à s vezes não recebe “mais†porque não quer, porque prefere assim, porque tem outras prioridades no momento.
Pode ser que para algumas pessoas, uma convivência que não seja diária, uma conversa que não seja instantânea, um encontro que não seja assÃduo, sejam vistos como “migalha†amorosa, mas pode ser que para outras pessoas isso seja exatamente o que lhes traz saúde.
Para além de pouco e muito, a inteireza de um vÃnculo se dá por sua qualidade, não por sua quantificação.
Para quem não acredita que relações são degraus de uma evolução, o que se vive não é rebaixado a uma mera preliminar do que virá.
Há muita beleza naquilo que não é grandiloquente, nem se propõe eterno, imenso ou infinito
Há muito encanto naquilo que é “só†um amorzinho.
Geni Núñez