Amor é consideração. Não tem como a gente pensar em uma construção de amor saudável sem pensar na consideração e nos detalhes no cuidado com o outro. Parece controverso falar de “amor” na mesma linha que os comportamentos beiram o desamor. Entramos em relações construindo a ideia de que só amar é suficiente, esquecendo que amar sem as ações é uma mentira. Uma geração que escolhe amar, mas que não quer o compromisso com o amor, porque existe uma diferença entre querer viver o amor e estabelecer o compromisso que vem junto.
Falando em compromisso, não tem como você pensar nas suas relações com uma ótica afetiva se, na hora de ter um comportamento ruim, você não consegue pensar em como pode afetar o outro ou até mesmo não consegue se desculpar depois de um desencontro e falar coisas ruins, por estar motivado por outros sentimentos. Se você não tem um olhar com cuidado para o outro ou se importa minimamente com como o outro se sentiu, talvez eu tenha uma coisa para te dizer: isso aí pode ser lido como amor, mas existe uma grande chance de ser disfuncional. Pensar em amor também é pensar em cuidado e, logo, consideração.
Compreendo que cada um ama de uma forma; são várias as linguagens de amor, mas a ação sempre vai falar mais que o verbal. Você pode dizer que ama alguém, mas se em atitudes você age diferente, sua ação vai falar mais do que qualquer palavra dita. A ação vai falar mais sobre o que o outro te oferta do que qualquer texto ou fala bonita, fora que existem muitas pessoas incoerentes quando o assunto é o sentir.
O cuidado vai ser uma das dimensões mais bonitas de amar (assim, na minha opinião, tá?). A forma como o outro cuida de você, te olha com carinho, quando tira um tempo na rotina corrida para te mandar uma mensagem ou se preocupa em resolver aquele conflito que vocês tiveram, se colocando à disposição de reconhecer os erros juntos. Os detalhes acabam sobressaindo dentro de uma troca. Ainda que sejam chamados de “detalhe”, são de tamanha importância e relevância. É bonito ver o cuidado nos detalhes do cotidiano.
Matheus Vieira