Fiquei pensando esses dias como o ímpeto de querer controlar a vida é algo universal. Nossos pés querem um chão firme para pisar, nossa mente quer previsibilidade, e nossa imaginação adora viajar pelos cenários mais terríveis quando encontra qualquer sinal de que algo não está garantido. Por isso, é natural buscarmos controlar o maior número de variáveis possível das nossas circunstâncias.
Acontece que, mesmo quando fazemos tudo como manda o figurino, obedecendo as leis da física e da sociedade em que vivemos, nem sempre o desfecho é aquele que imaginamos (Muito menos o que achamos merecer). O perigo está em achar que, com um pouco mais de esforço, com um mais de sagacidade, seria possível se proteger dos desgostos que o acaso às vezes nos reserva.
Sempre digo para vocês que controlamos o que é nosso, o que cabe a nós, mas muita coisa está fora do nosso controle. O que podemos controlar: O foco da nossa atenção, nosso esforço, nossas atitudes, a forma com que nos comunicamos, nossas reações. O que não podemos controlar: Os outros, o mundo, nossas emoções, o êxito ou fracasso de nossos planos.
Tentar controlar tudo é depositar uma energia enorme, que poderia ser direcionada a lugares mais interessantes e criativos, em algo impossível de se conquistar. É achar que a segurança está na previsibilidade quando, na verdade, seguro é quem consegue se manter em pé na imprevisibilidade. Ou melhor, seguro é quem sabe que cair faz parte da vida, assim como se levantar, aprender e ficar em pé de novo, aberto para mais uma aventura nesse mundo cambaleante e incerto, porém maravilhoso.

Fred Elboni