Carrego esse par de fuga desde que nasci. Medo de ir ou falta de coragem para fincar de vez meus pés em algum lugar? Deve haver um pequeno barco que navega solitário entre meus braços desamparados (Estou nele?). Quando ele atraca na garganta, pode-se ouvir uma lágrima angustiada bem na margem do meu rosto. Meu dedo agora se torna um pequeno limpador de para-brisa. Ele desfaz a dor; ela se entorna, fugaz.
Toda poesia é litoral de um sentimento interior.