O amor tem faces diversas. Talvez, quando ele surgiu solto no mundo, seja no tempo de Adão e Eva ou na explosão do Big Ben, não se entendia ainda a variedade de faces que carregava consigo. Tantas, mas tantas, que somente hoje em dia se “Vê para crer”: A face do amor é a diversidade.
Há quem diga que os jovens não casam mais. Juntam as escovas de dente, levam as roupas para a casa do outro, abrem uma conta juntos. Não casam, mas querem casa. Dizem que o amor caiu em esquecimento: Virou contrato. Mas as faces, as velhas faces do amor enganam: Há o véu e grinalda na igreja; Há o casamento numa ilha deserta só para dois; Há as loucuras em Las Vegas; Há o “Festão” e a cerimônia reservada. Há de tudo. O velho e o novo. O amor que reacende a chama, o que surge já vazio de esperança e enche o peito, a casa, a vida. Amor é diverso.
E na diversidade é que se vê a igualdade: Amar, apaixonar-se, é questão de piscar. O que todo mundo tem em comum é o instante em que piscou e pronto, apaixonou! Ninguém avisa, porque, se avisar, perde a graça. Deixa de ser amor. Se avisar, todo mundo foge louco de medo. Porque a face do amor também tem seus ângulos de covardia.
O amor tem o menino e a menina. O senhor e a senhora. O menino e o menino. A menina e a menina. O novo e o velho. O rico e o pobre. O preto e o branco. O holandês e a brasileira. Certa vez li uma crônica contando de um casal que cada um falava uma língua e um não entendia nada do que o outro falava. Davam certo. Achei mágico: Amor nem precisa de fala. Mais uma face se ver, rever, gravar e colecionar.
E se o amor pudesse ser uma fotografia para realmente colecionarmos? Qual seria a nossa fotografia principal, a capa do álbum, o quadro de parede da sala? E será que o amor sai nas fotografias ou se imprime nos olhos? Mais faces. Amor é o instante do clique no botão da câmera: O instante do piscar de olhos. O flash que cega.
Século XXI. O amor já passou pela face da pré-história. O homem das cavernas protegia a mulher, caçava, brigava para manter o que era seu. Lá naquele tempo distante já se dava indícios de que amor a gente agarra com unhas e dentes.
O amor tem as fases de suas faces. Confuso como ele só. É moderno. Sim, o amor é moderno: A mulher também paga a conta. O homem também chora. As pessoas ainda casam – Surpresa! – E sonham com uma família. Embora decretem por aí, o amor não morre; Renova-se. Não é saída, mas sim porta de entrada. É dia dos namorados com a conta dividida!
Amor é diverso. É um casal de idoso no banco da praça. É a moça e o rapaz brigando porque não querem terminar, mas não sabem mais continuar. É o menino de cinco anos levando uma flor para a “Amiguinha”. É o menino apaixonado pelo menino. É a menina apaixonada pela menina. E nenhuma dessas faces atrapalha a vida alheia. Nenhuma espécie de amor foi feita para não caber no mundo. Até ele, o tal do amor, depende de como se vê.