Valeu pelo o tempo de convivência
Pela minha paciência pela sua impaciência
Pela minha solidão, pelo meu explosivo coração.
Valeu até - quem diria? Minha poesia,
Valeu você que não sofreu o disparo do canhão!
Valeu pelas crianças inocentes
Pelo Pai – Deus – diabo.
Valeu pela arrogância, valeu o que você não entendeu,
Valeu pelos enganos, pelos planos que não planifiquei.
Valeu pelo espetáculo inacabado...
Valeu a carona no ombro amigo.
Valeu a dura realidade...
Valeu na sua escolha na outra pessoa...
Valeu até - quem diria? Amar um canalha.
Valeu o meu caráter e a minha sensibilidade...
Valeu pelos perigos, pelas aventuras que não foram minhas.
Valeu tudo isto e mais aquilo.
Valeu o que aconteceu entre nos e o que poderia ter acontecido...
Valeu por ter somente meus sonhos, valeu sim, valeu...
Valeu a paixão arrependida.
Valeu a chuva, o barro.
Valeu até as rosas que já murcharam...
Valeu não usar seu nome, não ter a tua fama...
Valeu pelo choro do coração sangrando.
Valeu o beijo interrompido, o olhar no olhar,
O corpo no corpo, o sexo no sexo...
Valeu até o meu complexo - que não valeu...
Valeu pela falta de compreensão, pois
As coisas são coisa não valem nada...
Valeu meu caminho que você invadiu.
Quem sabe um dia vai valer a minha liberdade...
Quem sabe a vida vai valer...
Hoje, do que valeu tanto
Só está valendo um corpo espancado e jogado...
Uns olhos espantados e tristes; de lágrimas molhados
Fáthima Allves
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(LEI NÚMERO 9610/98 ART. 184)