Henrique VIII nasceu em Greenwich, no ano de 1491.
Era o segundo filho de Henrique VII. Seu pai, que havia se tornado rei em 1485,
tinha entre seus planos principais, duas metas: a primeira era prolongar
ao máximo a dinastia Tudor no comando da Inglaterra e, a segunda,
evitar que a Espanha, maior potência europeia do período, invadisse seu país.
No primeiro caso, providenciou casamento para si mesmo com Elizabeth de York,
pertencente à família de Ricardo III. No segundo caso,
conseguiu acordo com o Rei Fernando, da Espanha, para que seu filho primogênito, Arthur,
se casasse com Catarina de Aragão.
O casamento entre os herdeiros dos tronos da Inglaterra e
da Espanha se consumou, mas depois de 5 meses, Arthur morreu de Tuberculose e
o acordo com a Espanha ficou por um fio. Para solucionar logo este problema,
Henrique VII propôs então que Henrique, seu segundo filho,
se casasse com a viúva Catarina. Entre os hábitos e costumes cristãos de então,
se acreditava que o casamento de um homem com a esposa de
seu irmão era um erro que deveria ser evitado. Por conta desta crença vigente,
Henrique VII teve que pedir ao Papa permissão especial para que o casamento viesse a se consumar.
Aos 17 anos, no ano de 1509, em virtude do falecimento de seu pai,
Henrique VIII tornou-se rei da Inglaterra. A mudança no
comando político inglês foi bem recebida pelo povo já que novos e
pesados impostos haviam sido criados pelo pai do novo soberano e,
já no intuito de ser bem recebido pelos populares, Henrique VIII ordenara a
execução dos homens contratados por seu pai para organizar e orientar a cobrança destas taxas.
O novo monarca inglês preferia se divertir caçando,
jogando ou dançando a governar o país. Gastava, em média,
apenas uma hora executando as funções governamentais que lhe cabiam e,
para compensar sua ausência, atribuía aos ministros por ele nomeados
os trabalhos que não executava por estar ocupado com outras
atividades. Monitorava tudo e era sempre a palavra final quanto as
políticas implementadas por estes ministros, mas utilizava-se deste
expediente como forma de isentar-se dos erros e políticas públicas
impopulares, atribuindo a seus assessores os problemas surgidos.
Como forma de demonstrar que os desacertos tinham origem alheia a
si mesmo, era comum que mandasse executar os ministros
“responsáveis” pelos descaminhos políticos e administrativos.
Quanto aos planos de seu pai, relativos a continuidade dos
Tudors no comando da Inglaterra, Henrique procurava mantê-los e,
para cumprir a risca esta prerrogativa, teve 6 filhos com Catarina de Aragão.
De todos eles, apenas Mary sobreviveu e atingiu a idade adulta.
Os demais morreram apenas alguns meses depois de terem nascido.