O número e extensão das zonas-mortas nas regiões costeiras, ao redor do planeta, crescem rapidamente e, aparentemente, sem tendência de reversão. É o que concluíram pesquisadores do Virginia Institute of Marine Science e da University of Gothenburg, publicado na revista online Science.
Já existem mais de 400 zonas-mortas marinhas, com baixos níveis de oxigênio diluído na água (hipoxia), com grande redução de espécies marinhas. De acordo com os pesquisadores, o número de zonas-mortas dobra a cada década, desde 1960.
O excesso de nutrientes, nitrogênio e fósforo, originados das práticas agrícolas contaminam os rios e lagos, chegando às zonas costeiras e, freqüentemente, levam a proliferação de algas nocivas e a criação de áreas com baixo teor de oxigênio.
As zonas-mortas reduzem os estoques pesqueiros nas zonas costeiras e desequilibram a cadeia alimentar, reduzindo as chances de sobrevivência de diversas espécies, inclusive de alto mar.
No início do século passado só havia quatro zonas mortas, número que passou para 49 em meados de década de 1960, 87 na de 1970, 162 na de 1980 e 301 ao final da década de 1990. Em 2008 o número era estimado em 405 zonas-mortas.
As zonas-mortas são uma das principais causas de estress primário nos ecossistemas marinhos, ao lado da sobrepesca e da perda de habitats.
O artigo “Spreading Dead Zones and Consequences for Marine Ecosystems” apenas está disponível para leitores da revista Science.
Abaixo transcrição do original:
Spreading Dead Zones and Consequences for Marine Ecosystems
Robert J. Diaz1* and Rutger Rosenberg2
Dead zones in the coastal oceans have spread exponentially since the 1960s and have serious consequences for ecosystem functioning. The formation of dead zones has been exacerbated by the increase in primary production and consequent worldwide coastal eutrophication fueled by riverine runoff of fertilizers and the burning of fossil fuels. Enhanced primary production results in an accumulation of particulate organic matter, which encourages microbial activity and the consumption of dissolved oxygen in bottom waters. Dead zones have now been reported from more than 400 systems, affecting a total area of more than 245,000 square kilometers, and are probably a key stressor on marine ecosystems.
1 Virginia Institute of Marine Science, College of William and Mary, Gloucester Point, VA 23062, USA.
2 Department of Marine Ecology, University of Gothenburg, Kristineberg 566, 450 34 Fiskebcckskil, Sweden.
* Tradução:
As zonas mortas nas regiões costeiras dos oceanos têm espalhado exponencialmente desde a década de 1960 e têm consequências graves para o funcionamento dos ecossistemas. A formação de zonas mortas foi exacerbada pelo aumento da produção primária e consequente eutrofização costeira mundial alimentada pelo escoamento fluvial de fertilizantes ea queima de combustíveis fósseis. Aprimorados os resultados de produção primária em um acúmulo de matéria orgânica particulada, que incentiva a atividade microbiana eo consumo de oxigênio dissolvido em águas de profundidade. As zonas mortas já foram relatadas em mais de 400 sistemas, afetando uma área total de mais de 245.000 quilômetros quadrados, e são, provavelmente, um estressor chave nos ecossistemas marinhos.
Fonte:
http://henriquecortez.wordpress.com/2009/03/12/zonas-mortas-oceanicas-se-espalham-pelo-planeta/#more-957
Publicado originalmente por Henrique Cortez, do EcoDebate aos 12/03/2009.