Amor Meu!





Lembranças guardei,
saudade alimentei.
Incandescências, gritei.
Cabeça cheia de temores,
alentei anos a fio.
Gritei contra tudo, contra todos.
Medonha sanidade!
Irritante equilíbrio!
Compreendi a perda,
sabedoria inútil.
Meus segredos, meu mundo.
Consciência!
Estar presa a ti!
Acreditava em meus sentidos,
sozinha, visitava planetas, estrelas,
falava com as rosas,
bem-te-vis, margaridas.
Natureza a clamar: Vida!
Tantos desejos, tantos planos.
Tantas cartas recebidas!
Belas! Bem redigidas.
Palavras, bem querer,
lamentos, saudade.
Quanto te amei!
Quanto te amo!
Angústia, medo, vazio.
A sentir anos o desafio.
Lágrimas em profusão,
em meus seios derramei,
a deixar molhar o coração.
Conseqüências da solidão.
Hoje, desfolho o outono,
folhas secas, caídas, verão.
Amontoado de experiências.
Conclusão lógica: inútil esquecer.
Ainda desejo tua cabeça,
a repousar em meu seio.
Olhos, profunda racionalidade!
A denunciar toda uma realidade.
Positivos! Não padeço!
... sonho, vida, ternura,
desperdício de ventura!
Amor Meu!






®Ana Maria Marya
10/11/2008
Ita/Ba/Brasil