O Correr do Vento
O vento corre, escuta!
Mas... quem escuta?
Engano-me, apatia crônica,
Inútil debater, meu pensar.
Desejo-te aqui, agora,
no abrigo do teu abraço,
a livrar-me do cansaço.
O vento geme, tormento,
a consigo tudo levar.
A encrespar as águas do rio,
no calmo e doce desaguar.
Vento amigo, sossega,
acarinha meu coração,
em monótono suave balançar,
a passar pelas folhas,
num lento, calmo, soprar.
Tulipas,rosas,margaridas,algodão.
É preciso ter invento,
nas florinhas da plantação.
Minh´alma se perde,
em claros raios de luar,
branca roupa a brilhar.
Livre suspirar.
Céu prateado, flocos brancos,
meu sonho estelar,
há muito carregas.
Vento sussurrante,
trás no amanhecer da serra,
onde a névoa desce,
o perfume da flor desmaia,
meu amor caminhante.
Ana Maria Marya
03/08/2008
Ita/Ba/Brasil
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