Meu tempo de criança
Aurora eterna, a mim parecia,
brejeira, marota, a sorrir primeira,
Brincar de roda, louca correria,
esconde rápido, ninguém acharia.
Folhas a balançar, leve rumor,
tão cedo acabava a doce alegria.
O canto do crepúsculo,
logo chegaria. Aflição, agonia.
O vento a soprar ligeiro nos campos,
traria depressa o perfume da noite,
o agitar das flores, nossos prantos,
levaria o entardecer, triste açoite.
Doirado véu, primeira na serra,
bela, brilhante, parecia fogo a luzir,
lindo, céu azulado, da minha terra.
Estrelinha, peguenina, a surgir.
Anjos azuis, brilho, cor,
luz prateada, diáfana,
carregada de amor.
Faço agora um pedido,
dá-me nítida a lembrança,
alenta meu coração sofrido,
de volta, meu tempo de criança.
Jesus, Paixão, coelho, chocolate.
Encantos passados, bem vividos,
brincadeira, inocência, saudade bate.
Aroma da infancia, tempo passado,
loucura da mocidade, maturidade,
lágrimas ardentes, inverno ao lado.
de tudo isso, ficou infinita, eterna luz!
Jesus!!!
Ana Maria Marya
23/03/2008
Ita/Ba/Brasil