Não te disse adeus
Quando tive meus sonhos em trevas,
Não esperei no silencio da noite por ti.
Caminhei na estrada da vida,
Não me perdi em desvios aparentes,
Em lugares abandonados,
Como semente jogada sobre pedra,
Sem poder germinar.
Segui em frente, pés assentes.
Quando o desespero dobrava meu corpo,
A presença de um anjo se fazia sentir.
Olhava-me nos olhos, e falava comigo.
Voz parecida com a tua.
Naquele instante, nasceu o amor,
Nasceu a amizade, o carinho, a ternura.
Esses sentimentos, mudaram minha vida.
Meu desespero, em glória,
Minha solidão, em felicidade.
O som dessa voz deu-me ânimo.
Trouxe de volta esperanças.
O tempo que era noite,
Transformou-se em luz.
Atravessou camadas do espaço,
Misturou-se ás ondulações do éter.
Não te disse adeus...
As palavras estavam comigo.
Vivas, intactas, prontas a serem ditas.
Mas para que acordar as mágoas,
Ferir mais uma vez o coração,
Para que enriquecer a tristeza?
Deixei-as no silencio...
Entreguei-as ao tempo.
E o tempo as cicatrizará.
Inexorável tempo.
Ana Maria Marya
26/12/2007
Ita/Ba/Brasil