A Vaquinha
Arrerebí o imeio
qui vancê mi mandou,
prá falar di uma vaquinha,
qui é todo meu amô,
quí é toda uma lindeza.
Apois...
Essa vaquinha preta i branca,
é di arta nobreza,
mi custou os zóios da cára,
e ié uma belezura holandeza.
Essa bixinha é mancinha,
qui pareci criancinha,
as vêis de quano em quano,
me móia todo pela manhã.
É quano vou tirar leitinhu,
i qui amarru divagarzinhu
seu bizerrinhu em seu pézinhu.
Ela sorta água di ondi num deve.
Dou um pulo prá trás,
E mi aperreio zangado.
Ispero a água pará,
e daí num instantinhu
cumeço o leite a tirá.
Prá modi mió vendê,
tomu cuidado cum leite,
pois é muito ruim
leite cum gostu de azeite.
Adispois eu sortu a holandeza
Prá pastá um bom capim.
Tem feno tem ração,
tem tudo qui num ié prá mim.
Sô bom di coração.
É assim qui ieu tratu,
a minha vaquinha holandeza,
bunita cuma ela só,
e dá leite qui é uma riqueza.
Êi! Êi! Seu Linhaça vosmiçê qué cumprá?
Ai moço... vendu naum.
Num há dinheiru qui possa pagá.
Ieu amo minha vaquinha,
cumpra otra nas banda di lá.
Ana Maria Marya
11/01/2007
Ita/Ba/Brasil
Canto da Poesia
Cirandas de Letras..."A Vaquinha"