Ano Novo


Paisagens diversas surgem em lembranças.
Lágrimas caem lentamente sobre meu rosto.
A neve que lentamente branqueia tudo,
O abundante verde dos lugares tropicais,
Luzes em profusão, lindas coloridas,
Diversas, bem distribuídas.
Guirlandas enfeitadas, doiradas,
Laços, fitas, cores impensadas.
Sentimento maior, Amor.
Na janela do tempo, vejo a juventude,
A preparar-se para a festa de “reveillon”.
Quisera todos alimentassem seus sonhos,
Em fartos pratos de felicidade,
Beber abundantemente o “champanhe” da esperança.
Quisera vê-los a sorrir, nas praias,
Salões de luxo, festas simples, humildes.
Olhar o céu, clarão dos fogos.
Dançar o ritmo alucinante da paz, liberdade!
Abraçarem-se no carinho, na fraternidade.
Alegria, músicas, rítimos, sorrisos.
Lágrimas sobre meu rosto, muitas lágrimas.
Na mesma janela, um pouco adiante,
A paisagem alterna.
A tristeza se faz presente.
Anjos esquecidos, famintos, esfarrapados,
Choram em terras de homens ausentes,
Gananciosos, incompetentes, imprudentes.
O Ano Novo, roubado pela insensatez!
A vida, pela brutalidade, estupidez!
O prato da felicidade, quebrado,
O copo do “champanhe” estilhaçado.
No céu apenas o clarão das bombas!
Noites sem estrelas, sem luar!
Vidas sem futuro, sem o amanhã.
Sem o sonhar, recomeçar!
Pássaros com medo, borboletas sumidas.
Pobreza, opulência, fraternidade, igualdade.
Quando os homens tomarão consciência,
Reconhecer a concórdia, harmonia entre os povos?
Quando ?
Caminhemos com carinho, Amor não perdido,
Solidários, irmanados, acalentadores, unidos!
Corramos em direção do irmão enfraquecido.
A levar-lhes o perfume das flores,
O canto dos pássaros, um pouco de Paz!
Um sorriso de Fé!
Um sorriso Glorioso!
Um sorriso de esperança, amigo, irmão!
Forma única de dizer... Feliz Ano Novo.



Ana Maria Marya
04/11/2006
Ita/Ba/Brasil