De um sabiá em tarde branda e linda;
É o espelho indelével do passado
Com a imagem de alguém que se ama ainda.
Saudade é um riso triste, amargurado,
Disfarçando uma dor cruel, infinda...
Bater de um coração descompassado
Na avidez de esperar provável vinda.
É a noite mal dormida, o olhar sofrido;
Dentro de nós o peito dolorido
Prestes a explodir de ansiedade...
É a lágrima discreta, comovente,
Rolando pela face, lentamente
Acolhendo terrível realidade.
Bernardina Vilar
(1928-1997)
Ana Maria Marya
03/11/2012
Ita/Ba/Brasil
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