Sons inaudíveis, ecos desafinados,
Notas que buscam o tom no outono da vida.
Melodia que se refugia no âmago dos sonhos
Inverno que se aproxima sem perspectiva.
Lucidez, a consumir a alma
Não fosse o tempo um eterno aceno.
Nostalgia...
Não conheces meu mundo íntimo
Anseios, delírios, desvarios.
Não sabes da minha espera,
Das minhas mãos vazias, entrelaçar dos dedos,
A murmurar preces entremeadas de lágrimas,
Entoar da última melodia no canto da vida.
Tormento... reticências... loucura,
Meu silêncio com todos os meus segredos.
Evidência absoluta de um grande amor absoluto,
Sobrepondo-se a todos os sonhos inúteis.
Ritmo alucinante, bem querer.
Amor impresso na retina dos olhos.
Amanhecer de dias, a varar o entardecer.
Madrugadas errantes...
Solidão doída marcante.
Envolvida na neblina do tempo,
A invadir espaços,
Desnortear o caminho, sangrar a alma.
Melodia de noites famintas.
Acordes de uma vida.
Ana Maria Marya
27/05/2006
Ita/Ba/Brasil
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