Barulho de madeira,
Rosa dos ventos,
Corrente a levar,
Meu pescador, meu homem,
Jangada, vela, alto mar.
Pressa, paixão, oceano,
Algas, conchas, corais,
Salitre, salinas, cata-ventos,
Trás meu amor de volta,
Coração em lamento.
Selvagem sempre assim.
Suor na pele, intimidade, mar,
Umidade, salgada,
Amado, estás dentro de mim.
Eu te abrigo. Retorna!
Vento, impregnado, maresia,
Escorrega teu ar vadio,
Traz meu amor bonito, sadio.
Escorre o tempo, sufoco em ânsia,
Obstinada, primitiva, selvagem,
Visualizo jangada no horizonte!
Quantos azuis enfim!
Cor dos ares, dos mares,
Cor do céu, espaço, infinito.
Não levado, trazido pelo tempo.
Refinamento, pensamento.
A chegar nossa hora física,
Amor a sufocar selvagem, doce.
Amada, jangada, vento,
Não mais sofrimento.
®Ana Maria Marya
20/01/2008
Ita/Ba/Brasil
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