vão entrando em meu sangue.
E tu boca se faz pão
e sacia minha fome.
E o sol se engrandece
de tanto alumiar-te.
E tu perduras
na luminosidade.
E o doce
calor da minha alma
se vai fazendo vinho
em teus cálidos lábios.
E a vida se faz
luz em tua carne.
E recibo suavemente
o fulgor de tua pele.
E como num épico hino
te convido a nascer.
Renasçamos amada
na placidez
de nossos corpos!
Renasçamos mil vezes
em teu benigno abraçar!
E não te falta nada
e não te sobra nada.
Cabes exatamente
onde estas agora...
perfeitamente
proporcionalmente.
Teu peregrinar
frente a meus olhos
graciosamente transita:
delicado,
primoroso.
Temperando a tarde.
Confortando minha alma.
Enchendo meus olhos.
E não me falta nada:
esta tarde é suficiente.
Tu me bastas...
E não quero mais nada.
E lucidez e coragem
me invadem do todo.
Lucidez para saber
que a tarde decorre.
E coragem para
fulgurar-te
radiante e rutilante
no ardor
infinito de um desejo;
que se localiza
no lugar exato
onde estas existindo:
nos contornos estritos
de tua geometria.
Poema de Jorge Luis Gutiérrez (Chile)
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