em colégio preparada,
lanço pé na estrada,
a vencer poeira, barreiras,
sem me apavorar com asneiras.
Cheia de saudade,
só e precisada,
chego áquele recanto,
pleno de encanto,
molhada, orvalhada.
Transformação rápida, sutil,
olhar perdido, longíquo.
Primitivo mundo, nada infantil.
Capim verde,
mato, rio, céu de um azul anil.
Nem casa, nem palhoça,
me esperavam na roça.
Palmeira, abacateiro, limoeiro,
passo, a olhar primeiro.
Perdida no tempo,
muito tempo, o tempo deixou.
Estridente cigarra,
a gritar, me despertou.
Compreendo de imediato,
o que a vida me reservara de fato.
Encaro o real. Ilusão nenhuma.
Angústia, solidão, vazio, medo.
Assobia o vento em harmonia,
na boca da noite sombria,
a trazer do jasmineiro o perfume,
e o clarear simples de um vagalume.
Percebo músicas suaves,
no canto diverso das aves.
Minh´alma o corpo inflama,
em azul marinho, clama.
Assustada, temerosa,
estremeço de repente,
ouço sonoridade poderosa,
em ausência total de gente.
-Não te ausentes!
ouço a respirar ofegante.
Involuntário pranto.
Coração a pular, palpitar, saltitante.
Sensata, escuto carinhoso revelar :
Coragem!
Não Erra!
-Sou a Tua Mãe Terra!
®Ana Maria Marya
02/05/2009
Ita/Ba/Brasil
Amigos/as...
é com grande tristeza que faço esta comunicação:
o Governo Federal vai construir uma imensa represa
no sul da Bahia... essa construção acarretará com a
desapropriação de muitas fazendas.
Eu vou perder a minha fazendinha!!!
Não é grande, mas é algo que aprendí a amar
com seus encantos e perigos.
Amo o campo!...
Não vai ser fácil o que muitos vão passar...
Espero que me entendam,
assim que tenha condições,
voltarei aos meus textos.
Meu carinho,
Ana Maria
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