A MOÇA DE CABELOS LONGOS
Lá está ela
Com seus longos cabelos,
Tratados com o maior zelo.
Ah, como é bela!
Quem será que espera?
Mata-me esta cruel curiosidade,
Vejo-me nesta total ansiedade.
Podia ser eu, quem me dera...
Recordo-me agora,
Que a vi pela manhã sentada,
Naquele banco, ali da entrada,
Por mais de uma hora.
Já passa do meio dia,
E ninguém ainda aqui chegou.
Com vontade de falar-lhe estou,
Mas falta-me ousadia.
De repente ela levanta
Encaminha-se rápido para a saída,
Quando dou-me conta, está de partida,
No banco, esqueceu sua manta...
marcOrsi
A manta
Deixei a manta, no banco da entrada,
Para que tu a visses ali largada.
De partida não estava, sem ti já não sigo.
A manta que usei agora é símbolo
Do amor que sempre busquei,
E agora o encontro em ti.
Quisera antes ter-te conhecido.
Meu coração teria carinho, amor recebido.
Teu olhar calmo, macio, tirar-me-ia o vazio.
Teu corpo, o frio.
Quero-te.
Quisera poder querer-te sempre.
Quero-te em todos os momentos.
Na calmante luz amortecida,
Da tarde quase finda, a sumir,
Na noite iluminada, galáxias prateadas.
Ao deitar do sol para a lua surgir
Quero-te na alegria, na tristeza enfim.
Quero-te em minha manta, somente para mim.
Ana Maria Marya
05/07/2007
Ita/Ba/Brasil