Eu tenho tantas memórias.
De todos os tipos, todos os jeitos.
Memórias que nem deveriam ser memórias.
E outras que insistem em uma intensidade desproporcional.
Memórias que brigam comigo.
E eu com elas.
Mas percebi – com o tempo – que sou feito delas.
Meus passos, meus olhares, meus feitos e meus medos.
Estão todos refletidos nelas.
Envolvidos por elas.
Minhas memórias com seus sentimentos, gostos, sabores, lugares, pessoas.
Memórias que guardo e que me guardam.
Confirmam o meu destino.
E que eu, ao aceitá-las, permitem que eu veja o caminho à frente.
O próximo passo.
Minha próxima versão.
(Emille Kisar, Punhado)