“E a gente cansa...
Cansa de tentar,
cansa de não conseguir,
cansa de dar o máximo,
cansa de não ser valorizado,
cansa das pessoas,
cansa de mentiras,
cansa de sofrer,
cansa de amar,
cansa de ficar cansado....
Quantas vezes exigiram demais de você
e nem perceberam que você deu o máximo de si?
Quantas vezes você disse que estava bem
só para evitar de explicar
o motivo todo de ter ficado mal?
Eu cansei de tudo,
cansei de sobreviver...
Eu quero mesmo é poder viver!”
Bruno Faria
Doem-me as palavras...
visto-as de tristeza...
calo o grito no meu peito...
este eterno grito...
esta vontade de infinito...
nos olhos vazios...
na noite que morre em mim...
que vive em mim...
nesta solidão sem fim...
sinto-me tão cansada...
neste entardecer tão frio...
nesta noite tão negra.
Dói-me a ausência...
dói-me o tempo que de mim não resta...
dói-me a alma...
dói-me o silêncio...
não sinto nada...
dói apenas.
Dói-me o meu rosto cansado de tristeza...
neste vazio...
onde morre a saudade...
entre o sentir e o pensar...
entre o que arde e escurece dentro de mim...
entre o céu e a terra...
entre a morte e a vida.
Dói-me a escuridão que me envolve...
dói-me a angústia que grita em mim...
que morre em mim...
dói-me tudo e nada...
o fantasma que sou...
na sombra que chora por mim...
vazio tão profundo...
ferida que sangra...
e dói tanto...
num abraço da solidão a apertar-me o peito.
Dói-me a dor...
dói-me o que sou...
o que queria ser...
o fim do fim...
o sonho...
a mágoa...
a ilusão...
o abismo rasgando o peito...
tão só...
tão perdida...
apenas a dor me veste...
manto eterno de solidão...
apenas a dor me prende à vida...
de mim nada resta...
sou apenas o silêncio nas mãos do tempo
num grito de eternidade...