Solidão... inquietação... insatisfação...
Palavras se atropelam na imensidão confusa da dor...
Sentimento de desprezo, de insignificância humana...
Desejo insaciado, grito de amor calado...
Murmúrio de dor, espinho de flor no fundo da alma contido...
É o não querer daquilo que mais se quer...
É a dor mais profunda na vida de uma mulher...
Planos de um futuro jogados no fundo do poço...
Um sentimento puro, recíproco por miséria sentimental...
Fere o coração como ao corpo o punhal, desfalecendo-o pois enfim é mortal...
Ter solidão na vida é viver sem ter vida...
É morrer de uma morte que na realidade não mata...
Que destrói aos poucos o que já não existia...
Grito sufocado, choro da alma, nostalgia...
Solidão é a dor que amortalha...
É uma dor inclemente que a nossa vida estraçalha...
Cheia de saudade, me deito, rolo na cama
Mas o sono não chega...
Sinto falta do teu beijo, do teu cheiro...
No meu peito ficou essa vontade de te querer tanto
Um amor imenso, leva-me ao desespero.
Quando mesmo te querendo
Nego que te quero
Quando sonho contigo, com teu abraço
Fico confusa, não sei o que faço
Domina-me esse teu olhar
Penetrante e apaixonado...
Esse sorriso, esse jeito de olhar...
Essa forma tão tua de amar...
Sinto saudade de cada momento,
Cada porção de felicidade
Que vivi ao teu lado.
Daria tudo por um beijo teu agora
Com a face molhada pelas lágrimas
Cheia de saudade, de desejo de ser amada
Adormeço pensando em ti...
Clicia Pavan
Mundo de ilusão
Moro numa casa deserta...
Na rua da solidão...
Cidade da desilusão...
Há tempo que tento
mudar meu endereço...
Mas a solidão tornou-se aconchego...
Tua ausência levou-me para este endereço...
Apenas a tua presença pode fazer a diferença...
Levar-me de volta para vida e tirar-me
do mundo de apenas existência...
Parece sem sentido tudo isto que está escrito
mas é o que no momento sinto...
Sem tua presença não vivo...
Apenas existo...