Uma vez, me perguntaram porque eu falo tanto a ponto de fazer os outros cansarem da minha voz. Eu pensei sobre aquilo e respondi sorrindo que eu gostava de falar, de me comunicar. Menti. Por dentro, eu estava repleta de lágrimas e sussurrava que eu não gostava de falar, não queria, por mim, ficaria calada o máximo possível, mas eu tinha medo. Muito medo. Ainda tenho esse medo. Medo de ser abandonada, de ficar sozinha, de perder todos aqueles que estão em volta. As minhas palavras sinceras se encontram no meu coração, as que eu falo, são apenas junções de silabas vazias, sem significado nenhum. Eu tagarelo sobre o que aconteceu a anos, por saudade. Eu reconto histórias porque desejo revivê-las. Eu conto casos alheios por desejar ter participados deles. Eu pensava que alguém se interessa pela minha vida, mas eu sei que não é assim. Ninguém vê a hora de eu calar essa minha boca. Eu não vejo a hora.”