Tempo das cerejas
Guardar, belas cerejas adocicadas,
Prazerosos sabores vividos em regalo,
Tal qual ventura de paixões deliciadas,
Faz, da fruta favorita, uma colheita fácil.
Corteja-se, sem pressa e à distância
Acumulando as dispensáveis, em cesto,
Cujo destino deste, em transbordância...
São cerejas em caldas ou em refresco.
A que brilha aos olhos, a escolhida...
Ah! Aquela, lá no alto, pede total atenção;
Não faz parte do cesto. Sendo ela colhida,
Será deglutida, com a mais suave excitação.
Alguns segundos de paladar, e o esquecimento
Do que representou a estimulante investida;
A beleza da fruta aguçou a libido, em detrimento...
Comê-la, por ser bela, justifica a investida.
© Virgínia Lima
Jardim de Poesias
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