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DESPEDIDA
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir;
foi triste. Se houvesse uma despedida talvez fosse mais
triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação
como às vezes acontece em um baile de carnaval
— uma pessoa se perde da outra, procura-a por um
instante e depois adere a qualquer cordão.
É melhor para os amantes pensar que a última vez
que se encontraram se amaram muito — depois apenas
aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se
despediram, a vida é que os despediu, cada um para
seu lado — sem glória nem humilhação.
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza,
e também uma lembrança boa; que não será proibido
confessar que às vezes se tem saudades; nem será
odioso dizer que a separação ao mesmo tempo nos
traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego;
e um indefinível remorso; e um recôndito despeito.
E que houve momentos perfeitos que passaram,
mas não se perderam, porque ficaram em nossa vida;
que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão;
mas que essa solidão ficou menos infeliz: que importa
que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha
no fundo de nossa noite e de nosso confuso sonho?
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros
verões; se eles vierem, nós os receberemos obedientes
como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos.
O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores,
não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro
como dois bonecos na mão de um titeriteiro inábil. Ah,
talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema
que não pôde haver; entretanto, é possível que não
adiantasse nada. Para que explicações?
Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes;
o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos
apenas as coisas douradas e digamos apenas a
pequena palavra: adeus. A pequena palavra que
se alonga como um canto de cigarra perdido
numa tarde de domingo.
( Rubem Braga )
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O meu mundo não é como o dos outros,
quero demais, exijo demais; há em mim
uma sede de infinito, uma angústia constante
que eu nem mesma compreendo, pois estou
longe de ser uma pessoa; sou antes uma
exaltada, com uma alma intensa, violenta,
atormentada, uma alma que não se sente bem
onde está, que tem saudade… sei lá de quê!"
(Florbela Espanca)
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Sorrindo, às vezes triste e calada, sigo esparramando
doces palavras no papel. Deixo em meus versos, meus
sentimentos, minhas emoções, um pedacinho de meu
coração. (Verluci Almeida)
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SORRIA! Sempre há uma razão para agradecer.
Você anda, você fala, você ouve o canto do passarinho.
Muitos não tiveram a sua sorte. É mais um lindo dia.
- Agradeça! ( Verluci Almeida)
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